sábado, 8 de maio de 2010

Em quem você aposta?

Alguém já acionou a bola de cristal futebolística para saber qual time vai ser o campeão brasileiro de 2010?  

Vai ter quem diga que pensar nisso, agora, é cedo demais. Mas brincar de futurologia não faz mal a ninguém - e confesso que me divirto com isso. Claro que é meio dar um tiro no escuro nessa altura do campeonato - literalmente, afinal ele acaba de começar neste sábado (08) - mas podemos abrir aqui um bolão de apostas se algum leitor quiser. Alguém se habilita???

Tentativas de prever o futuro a parte, gostaria de acreditar no meu time de coração para vencer esse brasileirão. Mas, de verdade, acho que a torcida vai ser pra se manter no campeonato, ou pelo menos, conquistar uma vaga nos campeonatos a que se tem direito em 2011. Haja otimismo!

Para entender um pouco desta atenção dada ao universo nacional da bola, que começa rolar agora nos campos de norte a sul do país e só recebe o apito final em dezembro, é importante saber que o Campeonato Brasileiro já se tornou um quartentão! 

Fazendo as contas, tudo começou em 1971. Eram 20 clubes, com representantes de oito estados: a então Guanabara (hoje, Rio de Janeiro), São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Pernambuco e Ceará. Antes do Brasileiro existir disputavam-se vários outros torneios como a Taça Brasil, o Torneio Rio-São Paulo e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (homenagem ao goleiro Pedrosa, do São Paulo e da Seleção Brasileira na Copa de 34). E a com a criação de um campeonato nacional, de certa forma, foi possível integrar o país em uma mesma competição.


O primeiro time a levantar a taça de campeão foi o Atlético-MG (ver foto), treinado por Telê Santana e com Dario, o Dadá Maravilha, no ataque. O título foi conquistado depois de um triangular final disputado com o São Paulo (vice-campeão) e Botafogo (terceiro colocado). O Atlético teve também o melhor ataque da competição com 39 gols e o artilheiro Dario, com 15. 


Quem acompanhava o futebol nacional naquela época diz que era mesmo muito difícil entender como funcionava o Campeonato Brasileiro. Desde a complicação dos regulamentos até mesmo a variação do número de clubes por disputa, como apenas 16 em 1987 e até 94 times participantes em 1979. 

Mudavam os regulamentos, a quantidade de clubes participantes e claro, com o nome da competição não poderia ter sido diferente. Começou como Campeonato Brasleiro, mas também já foi Campeonato Nacional, Copa do Brasil, Copa União, Copa João Havelange... ai que confusão! Mas nada como uma boa dose de organização (e interesses pra lá de muitos, não vamos entrar nos detalhes) para que tudo entrasse nos eixos. Então, desde 2003 o Campeonato Brasileiro é disputado no mesmo sistema: pontos corridos, com jogos de ida e volta e quem somar o maior número de pontos é o campeão. E desde 2006 são 20 clubes que disputam, além do tão sonhado título, quatro vagas na Libertadores e oito vagas na Copa-Sul-Americana no próximo ano. 

Vale lembrar que o campeonato nacional tem, além da primeira divisão (Série A), outras três (B, C e D). Pra quem não se lembra, os campeões das respectivas séries em 2009 foram Flamengo (RJ), Vasco (RJ), América (MG) e São Raimundo (PA). Sendo este, o primeiro campeão brasileiro da Série D.  

Mas em ano de Copa do Mundo, o Brasileiro tem uma pausa programada, entre os dias 6 de junho até 14 de julho, quando o país vai parar pra assistir os jogos do torneio mais importante do futebol mundial.

Sei que tem gente se perguntando do resultado da minha bola de cristal. Sim, ela está funcionando bem, obrigada. Mas sabe como é começo de campeonato, ela está um pouco preguiçosa. Vou insistir. Peraí...

Peço novamente a definição do mata-mata e ela me dá um escudo vermelho... não, não... preto... ih, azul... ai caramba! Uma forte nebulosidade não me permite ver claramente o campeão neste momento, mas minha alegria é que ela indica que é mesmo só depois da Copa do Mundo que, certamente, as pesadas nuvens vão se dissipar... Vamos torcer!!!

Fontes consultadas: Almanaque do Futebol Sportv e Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Estados e municípios se mobilizam para definir políticas públicas de esporte para os próximos dez anos

O debate dos rumos das políticas públicas de esporte e lazer para o Brasil tem se tornado intenso nos últimos anos. Primeiro, o país foi escolhido para sediar o mundial de futebol em 2014. Depois, eleito para ser a casa dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2016. É dessa forma que os brasileiros dão conta de que o sonho está cada vez mais próximo da realidade: o país dá os primeiros e importantes passos para consolidar seu nome no centro dos grandes eventos esportivos mundiais.

Assim como estão fazendo centenas de municípios do estado de São Paulo, a cidade de Guarulhos, localizada na região metropolitana da capital paulista, sediou no dia 10 de abril a terceira Conferência Municipal do Esporte. O evento contou com a participação de representantes do governo municipal, de instituições públicas, privadas, terceiro setor e cidadãos com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do esporte.

A etapa municipal faz parte do processo da 3ª Conferência Nacional do Esporte, que será realizada em Brasília entre os dias 3 e 6 de junho. O tema “10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais” tem como objetivo elaborar o Plano Decenal de Esporte e Lazer. A proposta é que por meio da definição de linhas estratégicas sejam estruturadas as políticas para o setor que vão ser realizadas pelo governo federal e consequentemente, refletidas para estados e municípios durante a próxima década.
Eleitos para representar a cidade durante a etapa estadual no próximo mês, os 24 delegados de Guarulhos vão levar, além de contribuições aos dez temas estratégicos previstos pelo ministério do Esporte (ver box), mais trinta assuntos levantados durante o evento municipal.


Segundo informações da assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Esporte de Guarulhos, entre os assuntos se destacam a proposta de maior financiamento esportivo através da ampliação do percentual da Lei de Incentivo ao Esporte, que atualmente é de 1% do valor devido em imposto de renda para pessoas jurídicas e até 3% para pessoa física; a utilização dos royalties do pré-sal para financiar o esporte; e ampliação do financiamento dos esportes de alto rendimento, tendo em vista a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016.

A 3ª Conferência Estadual do Esporte do Estado de São Paulo está marcada para o dia 10 de maio, nas dependências do Sesc Consolação. De acordo com o Coordenador de Esporte e Lazer do Estado - e também presidente da Comissão de Preparação da Terceira Conferência - Nelson Gil de Oliveira, a expectativa é reunir entre por volta de 1.200 delegados. Destes, 120 irão representar o Estado na fase nacional. O número de delegados é proporcional ao número de habitantes do Estado, por isso, a delegação paulista, com mais de cem representantes, será a maior do país em Brasília.


Para Nelson Gil, os debates da Conferência Estadual antecedem um momento de grande importância para o país. Segundo ele “a proposta (da Conferência) vai além da Olimpíada porque ela seguiria praticamente até o ano de 2021 e temos a expectativa de que aparecerão temas importantes e que realmente os governos municipais, assim como os estaduais e federais assumam o compromisso com o setor esportivo, porque infelizmente ainda temos uma demanda muito grande não atendida”. 

Ele não adiantou quais são os pontos, além das diretrizes propostas pelo ministério do Esporte, que serão levados para Brasília. Mas fez questão de dizer que as propostas terão como base o que os municípios vão trazer e “e só aí teremos as propostas que sairão da fase estadual e depois uma proposta do Estado para levar para Brasília.”

De acordo com o ministério do Esporte, durante a etapa nacional devem participar 1.005 delegados eleitos em todas as regiões do país que terão a responsabilidade de debater as propostas do caderno de resoluções da Conferência e votar nas ações e metas do Plano Decenal de Esporte e Lazer.

Não podemos esquecer que a integração entre governo e sociedade civil já rendeu bons resultados no esporte. Em 2004, a primeira Conferência Nacional fez surgir a Política Nacional do Esporte. Um avanço no que se refere ao tratamento do esporte como uma questão de Estado, o que ajudou o esporte a se tornar um direito do cidadão, assim como são a saúde e a educação.
Em São Paulo priorizar a participação social no esporte é importante porque, segundo o coordenador Nelson Gil está sendo feita no Estado uma proposta de participação que atinge praticamente todas as faixas etárias, “desde a criança até a terceira idade, porque temos hoje projetos tanto na área esportiva como na área de lazer para atendimento da comunidade”.

O desafio, em tempos de Copa do Mundo e Olimpíadas é mais do que consolidar as políticas públicas do esporte. É, na verdade, defender o esporte como fator de desenvolvimento humano e também como ferramenta de inclusão social. E fazer das cidades-sede do mundial de futebol ou mesmo do Rio de Janeiro durante os jogos Olímpicos e Paraolímpicos lugares mundialmente conhecidos, não só pelos atletas lá vão estar e que disputam os lugares mais importantes do pódio. Mais do que isso: pelo legado histórico e social que vai ser herdado por nosso país.

Para mais informações:
- Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Turismo/São Paulo: http://www.selt.sp.gov.br/
- Ministério do Esporte/3ª Conferência Nacional do Esporte: http://portal.esporte.gov.br/conferencianacional/default.jsp
- Prefeitura de Guarulhos-SP: http://www.guarulhos.sp.gov.br/

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Dez linhas estratégicas no Plano Decenal de Esporte e Lazer: Propostas de Ações e Metas

(Fonte: Ministério do Esporte – III Conferência Nacional do Esporte)

1 - Sistema Nacional de Esporte e Lazer
O projeto de lei do novo Sistema deverá ser elaborado e aprovado, a partir das deliberações da II Conferência; o conceito das dimensões esportivas definido; a estrutura e organização; estabelecidos os níveis de atendimento e a natureza dos serviços que assegurem a ampliação do acesso aos bens culturais relativos ao esporte e lazer devem ser materializados. Aqui se propõem caminhos concretos para a estrutura geral do novo Sistema.

2 - Formação e Valorização Profissional
Para a formação, no esporte e lazer, deve ser preservado o caráter multiprofissional e multidisciplinar da área, abrangendo as práticas esportivas, recreativas e de lazer até as de alto rendimento, na busca da garantia da democratização do acesso, da inclusão e desenvolvimento humano. Nessa linha propõe-se que a formação esteja articulada com a valorização profissional para que se assegurem melhores condições para atuação no Sistema.

3 - Esporte, Lazer e Educação
A relação intersetorial de políticas de esporte e lazer com a educação, a saúde, a segurança pública é o ponto de partida para legitimar, fortalecer e ampliar o alcance dos programas desenvolvidos pelo Ministério do Esporte, bem como favorecer a inclusão social. Aqui se propõe caminhos para fomentar a educação esportiva dos brasileiros e dinamizar a relação da população com o esporte educacional, recreativo e de lazer.

4 - Esporte, Saúde e Qualidade de Vida
A democratização do acesso ao esporte e lazer, assim como a prática freqüente de atividades físicas pode contribuir para melhorar a qualidade de vida da população. A partir desse entendimento e de uma visão intersetorial, conclui-se que o esporte e o lazer devem ser considerados na perspectiva de uma política pública urbana. Aqui se propõe que os espaços urbanos possibilitem a realização de atividades físicas e de lazer, bem como seu acompanhamento profissional de modo que a saúde e o desenvolvimento social estejam contemplados.

5 - Ciência, Tecnologia e Inovação
O desenvolvimento da Ciência e Tecnologia é fundamental para a promoção do esporte e lazer como áreas em constante aprimoramento. Possibilitar a produção, o registro e a socialização dos resultados de pesquisa sobre o esporte e o lazer, contribuindo para a autonomia e crescimento do país como potência esportiva. Aqui se propõe caminhos para produção de fundamentos teóricos para as políticas públicas de esporte e lazer.

6 - Esporte de Alto Rendimento
Tornar o Brasil uma potência olímpica e paraolímpica requer o investimento na profissionalização técnica e de governança esportiva, na formação de atletas da base ao alto rendimento e nas condições de desenvolvimento de uma cultura olímpica. Aqui se propõe ações que estruture de forma alinhada, as modalidades esportivas de alto rendimento, possibilitando saltos de qualidade e resultados de competitividade de alto nível.

7 – Futebol
O futebol se construiu ao longo da história brasileira como um grande fator de mobilização. Aqui é entendido para além de uma modalidade esportiva, mas como patrimônio cultural que deve ser preservado e desenvolvido. Garantir as condições do futebol como tradição reconhecida da população significa reconhecê-lo como política pública que fortaleça suas instâncias de participação e também qualifique sua profissionalização. Essas são condições fundamentais para que o povo tenha espaços e possibilidades de acesso qualificado para a vivência do futebol.

8 - Financiamento do Esporte
A ampliação e diversificação dos recursos para o esporte é crucial para garantir o seu desenvolvimento. Mobilizar as instâncias de poder para a alocação suficiente de recursos no financiamento do esporte e lazer é emergencial. Assim, propõe-se que aqui se discutam meios para materializar a vinculação do esporte e lazer nos orçamentos, além de concretizar a democratização na distribuição desses recursos.

9 - Infraestrutura Esportiva
Ampliar e modernizar os equipamentos de esporte e lazer no país é uma das condições básicas para a garantia da democratização do acesso ao esporte e lazer. Requer um conjunto de ações articuladas que garantam, além do padrão de qualidade na construção, a adequação para determinadas atividades específicas e uma política de ocupação que permita a gestão compartilhada e autosustentável que qualifique esses espaços nas cidades.

10 - Esporte e Economia
O esporte é um elemento importante de desenvolvimento econômico do país, movimentando diversos setores e promovendo oportunidades. Reconhecer o potencial econômico do esporte requer o conhecimento dos potenciais da
cadeia produtiva do esporte e implica em incentivos ao empreendedorismo no setor. Propõem-se aqui meios para conhecer e expandir os desdobramentos econômicos do setor e dotar o Brasil de uma indústria desenvolvida no esporte.

sábado, 17 de abril de 2010

Bem-vindo ao universo do futebol!

Em ano de Copa do Mundo, nada melhor do que falar do conjunto futebol e bola. Por isso, a criação deste blog nada mais é do que um espaço para se compartilhar histórias, curiosidades e informações sobre nossas paixões nacionais.

O futebol teve origem em 1863 em Londres, Inglaterra, a partir de um encontro entre escolas e clubes que definiu as primeiras regras comuns para uma modalidade praticada com uma bola de couro. Nascia ali o esporte mais popular do mundo. Na época, a Inglaterra era uma potência global e, sem dúvida, foi o que ajudou a espalhar o futebol pelo planeta. E o esporte carecia de regras. Mas foi só no século XX que foi criada uma organização internacional para cuidar do universo futebolístico. 

Já a bola surgiu bem antes do futebol. Tudo deve ter começado ainda na idade da pedra. Há quem diga que a primeira "bola" deve ter sido criada quando o homem chutou a primeira pedra e quis mandá-la em alguma direção. Na China, por exemplo, há três mil anos, o esporte favorido da população era o Tsu chu, uma espécie de ancestral do futebol moderno, e a bola usada era feita de peles de animais e preenchida com pelos ou penas. 

São várias as histórias e especulações de como a bola e o futebol chegaram no Brasil. Tem gente que diz que no século XVIII os portugueses que colonizaram o país já jogavam uma espécie de futebol com uma bola de pano. Outros contam que marinheiros europeus, comandados por ingleses e franceses, foram os responsáveis pelos primeiros jogos na América do Sul em 1864, mas não há registros. O que vale mesmo para a história - e está devidamente documentado - é que Charles Miller, filho de pai inglês e mãe brasileira, nascido no bairro do Brás em São Paulo, trouxe o futebol para o Brasil.


Com nove anos, ele foi estudar na Inglaterra onde descobriu e se apaixonou pelo futebol. Voltou para casa com duas bolas na bagagem e um livro de regras básicas. Em 1895, Charles Miller conseguiu apresentar o futebol aos brasileiros: organizou um amistoso entre o São Paulo Railway, composto por funcionários da estrada de ferro e por Charles, contra o time da Companhia de Gás. Evidentemente, o time do dono da bola venceu: 4x2. Foi num campinho improvisado que a bola rolou oficialmente em terras brasileiras. E graças a Charles Miller que voltou da Europa disposto a fazer do futebol um esporte com a cara do Brasil.

Nos primeiros anos, os termos em inglês eram muito usados, principalmente pela imprensa. Nos jornais e revistas, futebol era football; time virava team; gol era goal; clube se tornava club; para jogo se fala match... Mas ainda bem que isso mudou: o talento que o jogador brasileiro mostrava dentro de campo dava para entender bem como o esporte se tornava cada vez mais nacional.


Fontes consultadas: FIFA (http://pt.fifa.com/index.html) e Almanaque do Futebol Sportv